sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A Paulicéia de 1922

E a provinciana São Paulo, também em função do que ocorreu naquele fevereiro de fina garoa e muito barulho, logo não poderia mais parar.

Os principais endereços da Semana de Arte Moderna em São Paulo

Casa de Mário de Andrade
Rua Lopes Chaves, 108, atual 546



Hoje museu, o sobrado da família do escritor entre 1921 e 1945 localiza-se no bairro da Barra Funda. Abrigou reuniões dos modernistas, animadas, segundo Mário, por doces tradicionais brasileiros e "um alcoolzinho econômico".


Mansão de Paulo Prado
Avenida Higienópolis

Intelectual e aristocrata, Paulo Prado foi um dos patrocinadores da Semana. No salão de seu palacete, realizaram-se noitadas e jantares lendários. Em um deles, a mulher de Prado, Marinette, sugeriu a Di Cavalcanti a iniciativa de um festival de arte de vanguarda, como o de Deauville, na França.


Conservatório Dramático e Musical
Avenida São João, 269


Escola na qual Mário de Andrade se formou e lecionou. Seu salão de concertos tinha a melhor acústica entre todos. Foi nele que, em 1917, Oswald foi assistir a um recital e conheceu Mário. Tornaram-se amigos. O prédio e o salão continuam de pé, em estado precário.




Garçonnière de Oswald de Andrade
Praça da República, esquina com Rua Pedro Américo


O sobrado amarelo, com portões gradeados, foi alugado por Oswald de Andrade entre 1920 e 1922. Ali, o pintor Di Cavalcanti e os escritores Menotti del Picchia, Mário e Oswald de Andrade discutiram como montariam a Semana. A casa foi demolida no fim dos anos 50.



Exposição da Líbero Badaró
Rua Líbero Badaró, 111



Em dezembro de 1917, a pintora Anita Malfatti fez sua segunda exposição (a primeira fora em 1914), desta vez com 53 trabalhos (óleos, gravuras, aquarelas), entre elas o óleo O Amarelo. Ela atraiu a ira de Monteiro Lobato e a veneração dos futuros modernistas.



Ponto Chic – Circo Piolim-Alcebíades
Largo do Paissandu


O chope era a pedida obrigatória dos modernistas, que saíam à tardinha, ao final do expediente nos jornais, escolas e repartições, para se reunir em bares como o Ponto Chic, aberto em 1922, até hoje instalado no mesmo endereço.

Ao lado ficava o Circo de Abelardo Pinto, o palhaço Piolim (Avenida São João, 162), inspirador das idéias sobre teatro modernista, que não chegaram a se concretizar.


Teatro Municipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo


É o local onde a Semana de Arte de 1922 ocorreu. Apesar de ser reduto da ópera e da arte clássica, abrigou obras vanguardistas. Foi alugado pela organização do evento por 847 mil réis. Deu prejuízo.







Casa Editora A. Tisi
Largo de S. Bento, esquina com Rua Floriano de Abreu

Livraria O Livro
Rua 15 de Novembro


As duas livrarias eram centros culturais. Oswald, Mário e Menotti deixavam parte de seus minguados salários no caixa de ambas. Compravam livros italianos e franceses, principalmente futuristas. Di fez sua primeira exposição na O Livro em 1917. A Tisi editou o romance Amar, Verbo Intransitivo, de Mário.


Palácio das Indústrias
Parque Dom Pedro II

Antes mesmo de ser inaugurado, em 1924, o prédio que hoje é sede da prefeitura servia para todo tipo de evento, de certames agrícolas a exposições de arte e ateliês. Quando a construção se iniciou, em 1914, o governo permitiu que o escultor Victor Brecheret instalasse seu ateliê no salão central. Em setembro de 1922, organizou-se ali o Salão Nacional de Belas-Artes, em que, pela primeira vez, as pinturas de Tarsila e Anita foram expostas lado a lado.


Correio Paulistano

Praça Antônio Prado

O Correio era o órgão quase oficial do Partido Republicano Paulista (PRP), que governava o Estado e a cidade. Apesar de conservador, o jornal foi o único a apoiar sem restrições a Semana de Arte Moderna. Não por acaso, seu chefe de redação era Menotti del Picchia.























Fonte: Fotos: Arq. Mário de Andrade do
Instituto de Estudos Brasileiros – USP


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