sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Villa-Lobos


O Brasil do início do século XX, a influência européia (mais especificamente, francesa) e a permanência do espírito conservador do fim do século XIX incomodam a juventude, que começa a reagir a tudo isso. Surge, então, um movimento chamado Modernista que, em fevereiro de 1922, é oficializado em São Paulo, através da Semana de Arte Moderna. Atividades de vários campos da arte são apresentadas no Theatro Municipal daquela cidade.


Convidado por Graça Aranha, Villa-Lobos aceita participar dos três espetáculos da "Semana", apresentando, dentre outras obras, as "Danças Características Africanas":

Ária (Cantilena)

A mais popular das melodias villa-lobianas, nitidamente inspirada nas serestas, foi composta em 1938, com texto de Ruth Valadares Correa e dedicada a Arminda Villa-Lobos. Ruth Valadares Correa - que era também cantora - foi responsável pela estréia da obra, em 1939, sob a regência de Villa-Lobos, no Rio de Janeiro. Grandes cantoras gravaram a "Ária" (ou "Cantilena") da "Bachianas Brasileiras Nº 5" como Bidu Sayão, Victoria de Los Angeles (ambas sob a regência de Villa-Lobos), Anna Moffo, Arleen Auger, Barbara Hendricks, Eva Marton, Galina Vischnevskaya, Joan Baez, Jill Gómez, Kathleen Battle, Kiri Te Kanawa, Maria Lucia Godoy e Renée Fleming, entre tantas outras. Esta obra possui ainda um 2º movimento, "Dança" (subtitulada "Martelo"), com texto de Manuel Bandeira.

Tocata (O Trenzinho do Caipira)


Se em primeiro lugar em popularidade encontra-se a "Ária" da "Bachianas Brasileiras Nº 5", é o último movimento da "Bachianas Brasileiras Nº 2", a "Tocata" - mais conhecida como "O Trenzinho do Caipira" - que ocupa a segunda posição. Uma de suas obras mais características, demonstra um original colorido orquestral, presente em muitas das partituras do compositor. Aqui também fica evidente a forte impressão que lhe causou a música sertaneja, ouvida em suas viagens pelo interior do Brasil.



Uirapuru


"Uirapuru" é das primeiras obras-primas de Villa-Lobos, e dá início a uma linguagem orquestral tipicamente villa-lobiana. A partitura retrata o ambiente da selva brasileira e seus habitantes naturais - os índios -, com uma impressionante riqueza de detalhes. O argumento que serviu de base para a composição desse poema sinfônico é de autoria do próprio autor, e conta a história de um pássaro (o uirapuru, que na mitologia indígena é considerado o 'deus do amor') que se transforma em um belo índio, disputado pelas índias que o encontram. Um índio ciumento, não suportando aquela adoração, flecha-o mortalmente. Ao retornar à sua condição de pássaro torna-se invisível e dele se ouve apenas o canto que desaparece no silêncio da floresta.

A Maré Encheu
O folclore infantil sempre foi um elemento importantíssimo na produção villa-lobiana. Prova disso são suas incontáveis obras, direta ou indiretamente impregnadas das canções que, por gerações, têm sido perpetuadas. A "Maré Encheu" é um dos muitos exemplos do refinamento que o compositor emprestava à simplicidade daquelas melodias.



Kankikis

Em número de três - "Farrapós", "Kankukus" e "Kankikis" -, foram originalmente compostas para piano solo, entre 1914 e 1915, e receberam de Villa-Lobos o subtítulo "Danças dos Índios Mestiços do Brasil". O compositor diz ter se inspirado em temas dos índios Caripunas, do Estado do Mato Grosso, cuja raça seria formada do cruzamento com negros. É a partir das "Danças" que começa a delinear-se a linguagem villa-lobiana, que viria a se consolidar nos anos 20 com suas viagens à Europa. Durante a Semana de Arte Moderna, as "Danças Características Africanas" foram apresentadas para octeto (flauta, clarinete, piano e quinteto de cordas), numa transcrição do próprio Villa-Lobos.

Choros N° 1

O violão e o piano foram dois dos mais expressivos meios de criação musical do gênio brasileiro. Aqui, apresentamos um importantíssimo registro histórico: trecho de uma gravação que conta com o próprio Villa-Lobos atuando como intérprete.
O mais importante ciclo de obras do compositor (apesar de menos popular do que as "Bachianas Brasileiras") é o ciclo dos "Choros", para as mais diversas formações (desde o violão e o piano, passando por grupos camerísticos e chegando a grandes massas sinfônicas) e com inspiração direta na música urbana do Rio de Janeiro da virada do século. O "Choros Nº 1", para violão, composto em 1920, dedicado a Ernesto Nazareth, é, como estética, o mais tradicional do ciclo.



Choros N° 5



O violão e o piano foram dois dos mais expressivos meios de criação musical do gênio brasileiro. Aqui, apresentamos um importantíssimo registro histórico: trecho de uma gravação que conta com o próprio Villa-Lobos atuando como intérprete.
Datado de 1925, recebeu de Villa-Lobos o sugestivo subtítulo "Alma Brasileira" e é das mais conhecidas partituras para piano do compositor.







Fonte:http://www.museuvillalobos.org.br


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